domingo, 14 de agosto de 2011

O Quarto Centenário de Cananéia (1931) e de São Vicente (1932) em época de exaltação bandeirante


Fundada em 1531, a cidade de Cananéia, Estado de São Paulo, comemorou, em 1931, o seu Quarto Centenário. Para a data, Eduardo Bourdot, professor de piano e chefe de orquestra, compôs o "Hymno dos Bandeirantes", com letra do Dr. A. Paulino de Almeida, membro do Instituto Histórico de São Paulo (Off. Zincogr. Musical Mangione). O hino foi cantado pela primeira vez no dia 12 de agosto de 1931, em Cananéia, pelos alunos do Grupo Escolar e pelo povo, sob a regência do autor.



Alunos do Grupo Escolar de Cananéia que cantaram o hino pela primeira vez em 12 de agosto de 1931 




Eduardo Bourdot Cananeia


O compositor (quarto da esquerda para a direita, com batuta) e autoridades de Cananéia por ocasião do 4° Centenário da cidade, 1931


A introdução do hino vale-se do recurso de escalas ascendentes e descendentes para a produção de efeito; a coda apresenta uma imitação de corneta. O texto, dedicado ao povo de Cananéia, trata do Bandeirante que enfrenta o perigo das selvas:





"Como a ave, que ao riso da aurora, / alça o vôo fitando a amplidão, / sob o pallium, sagrado partámos, / rumo ao valle, á montanha, ao sertão. // O mysterio da selva nos chama / nos aguça o espírito a luz. / Não receia, não teme, não foge, / Quem no peito a esperança conduz. // Quem a morte e os perigos receia, / Bandeirante por certo não é. / Desconhece o poder da vontade, / Nunca teve um lampejo de fé. // Bandeirantes, a vida é uma lucta! / Ninguem pode sem ella vencer. / Quem com honra succumbe, revive, / Continúa na Gloria a viver. //
Na letra dedicada a São Vicente, embora denominada "berço de heróis bandeirantes", procura-se ouvir o "canto das sereias", sendo as praias consideradas como "altar da Pátria":
"Baluarte dos mais importantes, / Nesses tempos que longe se vão, / Foste o berço de Heróes bandeirantes, / Na conquista do bravo sertão // És a celula mater, da Historia / Que enobrece este povo gentil. / O teu nome, com honra, com gloria, / Neste dia repete o Brasil. // Perscrutando a canção das Sereias, / Concretizas da Patria o altar, em teu leito de brancas areias, / embalado por brisas do mar... // Como um astro que brilha na altura, / espargindo os seus raios no azul, / São Vicente, o teu nome fulgura / sob o céu do Cruzeiro do Sul!"


    































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